quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Vida Inteira

Quando eu tinha 5 anos, passei a me considerar alguém, mas uma meninha burra que pensa que pode tudo. Eu queria ser bailarina como todas as garotas da minha idade, eu brincava de casinha com minhas amigas e nos dias de chuva ficava na varanda esperando o principe encantado surgir no horizonte e me levar em seu cavalo branco. Quando eu tinha 8 anos, me apaixonei por musica, e fiz o altar da Britney Spears, eu ainda brincava de bonecas, mas agora eu queria ser modelo, comecei a ser adepta das dietas. Foi também nessa idade que eu e minhas amigas começamos a entar na pré-adolescencia, afinal o mundo é precoce. Eu era a patricinha, a menina que só vestia rosa, e tinha muitas crise de riso. Quando eu tinha 10 anos, tive meu primeiro amor platonico, e doeu quando eu soube que não passava de uma amiguinha e que ele estava apaixonado pela minha melhor amiga. Foi ai que começei a crescer, percebi que o mundo não tinha mais brechas para um conto de fadas. Minhas amigas começaram a ir embora e eu tive que fazer novas.
Quando eu tinha 12 anos, dei meu 1º beijo na boca, e naquele momento pude sentir meu coração parar, fantasiei por um segundo o mundo perfeito que criei quando era uma garotinha sem noção. E até hoje aquele foi um dos momentos que nunca vou esquecer.
Quando eu tinha 14 anos, meus pais me deram responsabilidade, foi quando eu tive segurança de sair de casa sozinha, dormir na casa das minhas amigas, viajar sem ter ninguém pra me vigiar e controlar. Eu ja sabia que o amor não se achava em uma esquina, e que o amor perfeito talvez nunca surgisse pra mim, mas resolvi curtir a vida assim mesmo. Foi a fase que eu deixei de imaginar e passei fazer, que larguei bonecas por garotos, Britney por Evanescense. Minha fase estranha e emo, em que o preto tomou conta do meu armário.
Quando eu tinha 15 anos, passei a me sentir gente e arrangei um namorado, a vida estava perfeita, eu era uma CDF com vida social, eu tinha amigos, eu tinha diversão, eu tinha alguém que me amava, eu tinha notas boas e eu tinha vida social.
Quando eu tinha 16 anos, o mundo parecia que tinha parado, me entediava das coisas fácil, parece que o conto de fadas acabou, e o tempo corria feito um louco, me deixando mais velha. Eu queria voltar no tempo pra sonhas de novo com o principe encantado. Foi quando minhas amigas me traíram, ou simplesmente mudaram pra pior. Fiquei sozinha, e com poucos amigos, mas os que restaram eu conservo até hoje e são esses que eu quero manter pela vida inteira. Meu namorado.... Ele não era tão bom quanto pensei, depois de dizer que me amava ele me traiu com outra e ainda teve a cara de pau de me dizer que queria continuar comigo.
Quando eu fiz 17 anos, eu já não tinha espaço pra sonhar, era agora ou nunca, a pressão aumetou e eu não tinha tempo pro amor; talvez eu estivesse com medo de me apaixonar de novo e sofrer o mesmo. Minhas amigas eram meu porto seguro, foi ai que comecei a escrever sobre minha vida. Não que eu ja não escrevesse antes, mas foi ai que comecei a lotar cadernos e agendas, e geralmente elas acabavam em 1 ou dois messes. Eu era uma pessoa carente, então comecei a cantar e compor músicas, o que me ajudou. Passei então a ser eclética e escultar de tudo um pouco, mas internacional romantica, meio hardcore emo ainda é minha preferida.
Hoje, com 18 anos, eu sinto a liberdade pra ser quem eu sou, mesmo com as pressões de um futuro incerto sobre a minha mente. Eu sou feliz, mesmo que o mundo amanhã acabe, mesmo que o amor verdadeiro nunca chegue, mesmo que as amizades acabem de uma hora pra outra. Eu mudei muito, em muito pouco tempo, fui pessoas diferentes com a certeza de ser apenas uma: eu! Mudei gostos, estilos, sonhos, hábitos, ... eu me mudei completamente. Mas fico aliviada por que sou feliz com que me tornei, e se não fossem essas mudanças eu talvez ja teria ficado invisivel, por ser tão igual a todo mundo. Eu não pretendo ser uma velhinha com um monte de gatos, eu tenho um namorado que é o extremo oposto do anterior e até me sinto à vontade de confiar nele. Eu acho que eu era imatura e ele mais ainda. Por isso, naquela época não deu certo, e hoje percebo que sem as lágrimas que derramei no passado, talvez não sorrisse no presente.
"A vida inteira passamos a querer coisas que no futuro não valeram a pena, a vida inteira gostamos de coisa que no futuro serão esquecidas. A vida inteira, pensamos em traçar rumos que a vida não seguirá, pois ela é um carro desgovernado em que o nosso destino dirige completamente alcoolizado. A vida inteira esperamos por coisas que não aconteceram, a menos que nos esforcemos pra isso. A vida inteira agente fica recordando o passado e esquece de viver o presente. A vida inteira... agente passa sonhasndo e esquece o que é realmente viver"
By Melzinha Ribeiro

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